A estratégia invasiva associou angiografia coronária seguida por angioplastia ou cirurgia de revascularização. A maioria dos doentes foram submetidos a angiografia coronária por TAC para excluir doença principal esquerda antes da revascularização. Ao contrário de ensaios anteriores a aleatorização foi feita antes de se realizar coronariografia, reduzindo assim o risco de viés.
Neste ensaio 96% dos doentes no grupo de estratégia invasiva realizaram coronagrafia, comparado com 26% dos doentes na estratégia conservadora que o fizeram por evento isquémico ou controlo inadequado dos sintomas. Os autores concluíram que os resultados principais (morte cardiovascular, enfarte do miocárdio ou hospitalização por angina instável, insuficiência cardíaca ou paragem cardíaca com ressuscitação) com uma estratégia invasiva foram semelhantes à abordagem médica. O estado de saúde relacionado com a angina melhorou mais com a abordagem invasiva mas as diferenças nos sintomas foram modestos. Houve uma tendência para um maior número de enfartes do miocárdio predominantemente relacionados com o procedimento invasivo, mas ao longo do tempo as curvas de Kaplan-Meier cruzaram-se.
Seria muito interessante o desenvolvimento de uma ferramenta de score de risco para os doentes do ensaio de forma a determinar os cários resultados segundo vários níveis de risco. Estes resultados não se aplicam nos doentes com angina instável, angina refratária, insuficiência cardíaca ou doença principal esquerda.
Initial Invasive or Conservative Strategy for Stable Coronary Disease
Maron, DJ, Hochman JS, Reynolds HR, et al., for the ISCHEMIA Research Group
N Engl J Med 2020; https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/nejmoa1915922
Comentário de Prof. Doutor Pedro von Hafe