Imprimir esta página
segunda-feira, 07 novembro 2022 17:26

Tratar o doente antes de ter aterosclerose: "Esse é o grande objetivo"

A aterosclerose subclínica é um tema “interessante e difícil por não haver consenso internacional nem ensaios com evidência para esta patologia”, começa por explicar o Dr. Diogo Cruz, do Hospital de Cascais, na sua intervenção nos Encontros com Especialistas sobre “Aterosclerose subclínica – o seu reconhecimento pode fazer a diferença”. Veja a entrevista.

Com a ausência de consensos e de evidência, bem como com resultados “que nem sempre são homogéneos”, torna-se fundamental debater e discutir a aterosclerose subclínica, uma vez pode realmente fazer a diferença, já que é “a principal causa de morte e morbilidade, em Portugal” — “é um tema crítico”.

Com a discussão aberta no final da sessão, foi possível “levantar algumas pistas do que será o futuro e de quais são os doentes que deveremos fazer a pesquisa ativa da aterosclerose subclínica para atuar terapeuticamente”.

No entanto, o especialista acredita que o melhor é tratar o doente antes de ter aterosclerose, através dos seus fatores de risco como o colesterol, a hipertensão, a diabetes, a obesidade e até o sedentarismo. “Tratar ativa e atempadamente” destes fatores é o principal segredo.

Além disso, o especialista acrescenta que a dúvida dos profissionais está no diagnóstico da aterosclerose subclínica. Sobre o tratamento não farmacológico, sabe-se que se deve usar “certamente”, já que “todos devemos ter um estilo de vida saudável quer tenha doença ou não”. No entanto, sobre o investimento farmacológico está ainda em debate. “Qual é o grau de investimento farmacológico para atingir alvos mais baixos? Nesse caso, ter ou não um evento faz toda a diferença.”

Por fim, refere que existem custos associados aos fármacos, pelo que surge sempre a questão do benefício de recorrer a tratamentos farmacológicos versus não farmacológicos. “O início da doença farmacológica está mais ou menos bem documentado”. Sabe-se também que “a agressividade depende do grau de doença de cada uma das pessoas, no qual a identificação ou não de aterosclerose pode fazer efeito”, conclui, apelando ao aumento de estudos e evidências para esse efeito.