ACC 2017 apresenta evidências científicas recentes na prevenção do risco cardiovascular
publicado em Notícias
02/05/2017
O Dr. Francisco Araújo marcou presença no American College of Cardiology (ACC 2017), que decorreu entre os dias 17 e 19 de março, em Washington, nos Estados Unidos da América (EUA). O especialista português partilha as mais recentes evidências científicas na área do risco cardiovascular, discutidas neste importante evento internacional.
O vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose (SPA) destacou o estudo EINSTEIN CHOICE, que se dedicou “à prevenção secundária de eventos tromboembólicos em doentes que já tinham terminado o ciclo considerado apropriado de prevenção, após uma trombose venosa profunda ou uma embolia pulmonar, com um hipocoagulante oral durante seis a 12 meses”.
Segundo o especialista, o que o EINSTEIN CHOICE traz de novo é que utiliza doses baixas de rivaroxaban 10 ou 20 mg versus ácido acetilsalicílico, revelando “uma redução muito significativa, na ordem dos 70%,” de novos eventos tromboembólicos, “com muita segurança do ponto de vista hemorrágico”. O Dr. Francisco Araújo reforça que os dados revelados por este estudo podem ser “muito importantes, no sentido de termos segurança e eficácia em promulgarmos a anticoagulação de alguns doentes”. O especialista refere ainda que “isto é muito relevante sobretudo para os doentes com trombose venosa considerada idiopática”.
No ACC 2017 foi também apresentado um estudo de caráter observacional, o CVD-REAL, que abrangeu cerca de 300 mil doentes de várias bases de dados, correspondentes a seis países. Este estudo pretendeu avaliar a presença da diferença existente entre o risco de insuficiência cardíaca e de mortalidade total em doentes com diabetes tipo 2 que iniciaram inibidores de SGLT-2 versus outro tipo de terapêutica oral. Para o Dr. Francisco Araújo, o mais relevante do estudo CVD-REAL é que “o risco de hospitalização por insuficiência cardíaca reduziu em cerca de 40% com a estratégia dos SGLT-2 e a mortalidade total reduziu cerca de 50%”, o que evidencia o benefício da utilização destes fármacos. O especialista refere também que cerca de 80% dos doentes que participaram neste estudo não estavam em prevenção secundária, portanto “parece que o universo de benefício de utilização dos inibidores de SGLT-2 poderá ser alargado a uma população muito mais vasta do que aqueles que se encontram em prevenção secundária de muito alto risco.