Mudança de paradigma no tratamento da diabetes


publicado em Highlights

20/11/2019


“De facto, o tratamento da diabetes mudou nos últimos anos”. É desta forma que a Prof.ª Doutora Paula Freitas, do Hospital de São João, começa por explicar a transformação na renovação terapêutica desta doença. Em entrevista ao My Cardiologia, a especialista explica os benefícios cardiovasculares e renais já apresentados por duas classes farmacológicas. Assista ao depoimento em vídeo.

Na visão da especialista, atualmente um fármaco para o tratamento da diabetes tem ser a resposta aos vários fatores de risco da doença: “baixar a imunoglobulina e o peso, que não se associe a hipoglicemias, que tenha um perfil lipídico favorável e que reduza a hipertensão”.

Neste sentido, os inibidores SGLT2 e os agonistas GLP-1 são um bom exemplo, uma vez que “estão associados a benefícios cardiovasculares e renais, que vão para além daquilo que é o controlo glicémico”. Por sua vez, os inibidores mostraram uma “redução dos eventos cardiovasculares”, principalmente da insuficiência cardíaca, também pela “redução do número das hospitalizações”.

Por outro lado, os agonistas de GLP-1 “são fármacos com impacto, sobretudo, no processo aterosclerótico, demonstram reduzir os eventos cardiovasculares e a doença renal”, aponta a especialista.

No entanto, os clínicos ainda não sabem “como conseguem estes tratamentos ser tão eficazes na redução de comorbilidades, tais como a hipertensão, a dislipidemia, o peso e a pressão arterial”. “Percebermos como conferem este benefício é o desafio para o futuro”, conclui.