SPA e APDP alertam para ligação perigosa entre aterosclerose, diabetes e AVC
publicado em Notícias
29/10/2025
A Sociedade Portuguesa de Aterosclerose (SPA) e a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) uniram esforços para alertar a população para a relação “intrínseca e perigosa” entre a diabetes e a aterosclerose, uma combinação que aumenta drasticamente o risco de complicações cardiovasculares graves, como o acidente vascular cerebral (AVC), cujo Dia Mundial se assinala esta quarta-feira, 29 de outubro.
O AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade em Portugal. Dados clínicos indicam que as pessoas com diabetes apresentam um risco 1,5 vezes superior de sofrerem um AVC quando comparadas com a população em geral.
A SPA reforça que “a aterosclerose é uma doença silenciosa que progride ao longo dos anos, muitas vezes sem sintomas. Em pessoas com diabetes, esta progressão é ainda mais insidiosa”. “A identificação precoce dos fatores de risco e a implementação de estratégias de prevenção primária e secundária são cruciais. É um esforço conjunto que envolve as próprias pessoas, profissionais de saúde, decisores políticos e a sociedade em geral, para mitigar o impacto devastador do AVC”, salienta o presidente da SPA, Dr. Francisco Araújo.
“É fundamental que as pessoas com diabetes compreendam que o controlo rigoroso da glicemia, da pressão arterial e do colesterol não é apenas para gerir a diabetes, mas para proteger o seu coração e cérebro. A prevenção do AVC começa muito antes, com a adoção de um estilo de vida saudável e a adesão à terapêutica. A diabetes não controlada é um convite aberto à aterosclerose e, consequentemente, ao AVC”, explica, por sua vez, o presidente da APDP, Dr. José Manuel Boavida.
A diabetes mellitus, uma doença crónica que se estima que afete mais de 14% da população entre os 20 e os 79 anos, caracteriza-se por uma alteração do metabolismo que leva à redução da produção de insulina ou uma insulinorresistência, que provoca um estado de hiperglicemia. Associa-se frequentemente a outras alterações, como é o caso da obesidade ou hipertensão. Com o passar do tempo, o excesso de açúcar poderá contribuir para o endurecimento e estreitamento das artérias devido à acumulação de placas de gordura, colesterol e outras substâncias. Este processo é designado por aterosclerose e pode levar à formação de coágulos que podem bloquear o fluxo sanguíneo para o cérebro, resultando num AVC.
ASPA e a APDP reafirmam o seu compromisso em sensibilizar, educar e acompanhar a população e os profissionais de saúde para a prevenção e o controlo destas doenças, visando reduzir a incidência de AVC e melhorar a qualidade de vida dos portugueses. Em caso de sintomas que o façam suspeitar de um AVC, sendo os mais típicos a dificuldade em falar, a falta de força num braço e a face descaída, deve ligar de imediato para o 112.